Katrin Hansing, antropóloga e professora associada do departamento de Estudos Negros e Hispânicos do Baruch College, Universidade de Nova Iorque, e Maxim Matusevich, professor associado e director do Programa de Estudos Russos e Leste Europeus, da Universidade Seton Hall, lançaram um convite para a apresentação de propostas de capítulos a integrar num livro que se encontram a organizar. A publicação irá centrar-se na temática das “migrações socialistas” durante o período da Guerra Fria. Sustentando que a história da globalização do século XX ficará incompleta sem a história destes movimentos migratórios massivos dentro do chamado “campo socialista”, os organizadores da publicação pretendem traçar uma topografia e tipologia destes movimentos migratórios e analisar o conteúdo das trocas e encontros no universo socialista. Quer tivessem o objectivo de cumprimento de deveres internacionalistas, ou se realizassem para busca de educação ou no quadro da assistência económica, estas migrações socialistas – de soldados e peritos militares cubanos para Angola e outros países africanos, de trabalhadores vietnamitas para a Alemanha de Leste, de tecnocratas soviéticos para a China comunista pós-1949, de estudantes africanos para a URSS e outros países satélite – foram muito menos espontâneas do que as migrações pós-coloniais de e para o Ocidente e envolveram um número significativo de pessoas muito pouco familiarizadas – para além da filiação ideológica – com os seus locais de destino.