A liturgia é o grande espaço que a fé cristã encontra para sua manifestação. Repleta de sinais e símbolos, é a ação de Deus santificando o seu povo e ação do povo glorificando a Deus, presente na história do homem. É o que se celebrava nos primeiros tempos de cristianismo: Páscoa e ação de graças, em comunidade em contato permanente com a Palavra. No segundo milênio cristão, uma liturgia clerical e distante do povo, individualista, foi se desenvolvendo, muito embora tenha criado sentimentos de solidariedade, hospitalidade, alegria. Hoje, tenta-se superar esta situação, mais enfaticamente a partir do Concílio Vaticano II, que promoveu a reforma litúrgica acelerando um processo de inculturação, de participação ativa, consciente e frutuosa do povo cristão. O Celam, com as Conferências de Medellín, Puebla e Santo Domingo, busca resgatar uma liturgia que liberta e transforma, com a cara do povo latino-americano, valorizando a religiosidade e a cultura popular. Em todo esse processo, mantém-se a certeza de que a liturgia é celebração da memória de Jesus Cristo, mistério pascal onde o Espírito Santo age e Maria está presente, até que ele venha; é celebrada em comunidade, sacramento da Igreja; mediante sinais sensíveis que são a própria assembléia, os ministérios, o espaço, a Palavra, os gestos, a oração, a música, o silêncio.