O que é conhecimento senão consciência que se amplia à medida que o indivíduo intui algo existencialmente novo? Não seria a consciência o espaço do verdadeiro conhecimento, e a consciência ampliada o alvo e a orientação de todo o processo educativo que contemple o ser humano em suas diferentes dimensões constitutivas? Foi com este objetivo que, aceitando o convite da Unesco, Edgar Morin aprofundou - em um conjunto de ideias sobre a educação do futuro - alguns saberes que ele chamou de necessários para o milênio que estamos iniciando. Em Os sete saberes necessários à educação do futuro, o autor reuniu os pontos essenciais, que servem de base a uma verdadeira antropologia educacional. Em O reencantamento humano, Jorge Trevisol propõe uma releitura da obra de Morin, puxando para o viés existencial sem se distanciar do educacional. Transita livremente sobre conceitos e linguagens de cunho psicológico, filosófico e espiritual para melhor explicitar que a unidade do saber s e faz na consciência, com suas diferentes dimensões e facetas, sem esquecer que ela tem suas raízes no mais profundo do humano e se abre para a transcendência, descobrindo na realidade de si mesma e do mundo o encantamento do saber unificado, espiritual e místico. Educar seria, então, partir da admiração de quem tem sede de saber para alcançar a admiração de quem sabe...